Remédios para emagrecer

Remédios para emagrecer

Hoje o assunto é sério! (Música) "Remédio para perder a barriga". "Perca 5 quilos em uma semana". "Fique magra para sempre". "Dica para secar". Você com certeza já viu algo parecido com isso sendo anunciado por aí, certo? É, muita gente queria emagrecer assim, num passe de mágica, tomando um único remédio que pudesse "sumir" com toda a gordura do corpo. Comprar sem receita é errado, mas infelizmente no Brasil não é difícil conseguir comprimidos deste tipo. Muitas das substâncias que são

comercializadas por aqui já estão proibidas em outros países há anos! Isso porque, no longo prazo, elas podem trazer muitas consequências negativas. Está comprovado que, até hoje, nenhuma delas funcionou sem trazer efeitos colaterais. Como nutricionista, não posso receitar remédios. Mas posso compartilhar um pouco da minha experiência com pessoas que já tomaram remédios sem necessidade. Meu objetivo com esse vídeo é mostrar alguns dos efeitos esperados e alertar sobre as consequência s de tomar

comprimidos sem orientação médica. Quero mostrar outros caminhos para se chegar a um peso saudável, sem agredir o corpo. Vamos lá? (Música) Muitas pessoas cometem o erro de começar a tomar uma medicação para emagrecer sem passar por um médico. Um amigo tomou e deu certo... ou viu alguma coisa na internet que parecia convincente... Daí vai lá, compra o remédio e começa a tomar. O objetivo é perder peso rápido! As expectativas são enormes. Começa uma verdadeira saga, e a ma ioria passa por algumas

fases bem comuns. Fase 1: O "milagre". Depois de alguns dias tomando o remédio, a pessoa de fato começa a emagrecer. E isso aparece no espelho! As roupas voltam a servir. O ponteiro da balança começa a baixar. Nessa fase, geralmente a pessoa pode ficar satisfeita. Acredita que valeu a pena investir na medicação. O efeito ocorre no curto prazo. O que anima mais ainda a pessoa! Afinal, todo mundo quer resultado rápido. Mas logo o corpo começa a oferecer resistên cia… Aí entramos na fase 2: o efeito

rebote! Na grande maioria dos casos, os quilos que vão embora voltam muito rápido. Pior ainda quando acontece o chamado "efeito rebote", que é quando a pessoa ganha ainda mais peso do que apresentava antes de iniciar a medicação. Essa é a parte chata: a pessoa fica deprimida, desanimada. Fica triste em perceber que o esforço foi em vão. E é aí que vem a fase 3. O que eu fiz de errado?!? Muitas pessoas se culpam pelo fato de engordar de novo. No meu consultório recebo pessoas nesta

situação: segundo elas, já tentaram de tudo, mas nada dá certo. "Dra. Sophie, o que eu fiz de errado?" Bom, o primeiro erro é começar a tomar remédio por conta própria, sem passar por um médico antes. Tomar remédio para emagrecer sem acompanhamento é algo muito arriscado. Infelizmente, é algo comum no Brasil, um País onde os padrões estéticos são muito valorizados pelas pessoas. Mas as consequências negativas são inúmeras. Não só para o corpo, mas também para a mente. (Música) Até um certo

ponto, é normal querermos estar bem com o espelho e cuidar da nossa aparência. O problema é quando isso vira obsessão. Ficar se pesando o tempo todo, ou controlando cada milímetro da cintura acaba colocando o cérebro em um estado emocional muito delicado. O remédio para emagrecer contribui para esse estresse cerebral: quando a pessoa fica mais magra, fica feliz e eufórica. Quando engorda, um pouquinho que seja, fica arrasada . Coitadinho do cérebro! O professor Táki Cordás, Coordenador Geral do

Programa de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas, onde eu também atuo como pesquisadora e nutricionista, se posicionou totalmente contra a liberação das drogas para emagrecimento. Ele disse em entrevista que os inibidores de apetite oferecem risco de abuso e dependência, quadros psiquiátricos graves e psicóticos, ataques de pânico, depressão, transtorno bipolar... ou seja, uma gama de efeitos colatera is psiquiátricos que não compensam o seu uso. Isso sem falar do reganho de peso. No

Ambulim do Hospital das Clínicas, sabemos que a segurança desses remédios no longo prazo ainda é uma incógnita na ciência. Existem muitos casos de depressão causados pela anfetamina, um dos componentes presentes na maioria dos remédios para emagrecer. O Dr. Eduardo Aratangy, psiquiatra do Ambulim, tem um explicação muito clara sobre isso: Os remédios para emagrecer aceleram o metabolismo. Ou seja: as pessoas gastam mais energia do que consomem. Daí que vem o resultado rápido! Mas aí acaba o

tratamento. A confusão está instaurada, o metabolismo bagunçado. O corpo e a mente sofrem com esse desequilíbrio. Deu para entender o quanto é arriscado fazer uso de remédios por conta própria? O corpo vai ter que lidar com sequelas por muito tempo, e a relação com a comida estará arruinada. Claro que o remédio é necessário em alguns casos, mas sempre sob orientação médica. (Música) O meu campo de estudo é o emagrecimento por meio da nutrição! Não trabalho com remédios, mas, se o paciente

realmente quer tomar, indico um endocrinologista da minha confiança para que ele possa fazer a avaliação e passar a tomar com supervisão médica. Então antes de tomar medidas drásticas, eu sempre recomendo o seguinte: Reavalie sua relação com a comida! Emagrecer tem a ver com muitos fatores, então aí vão algumas coisinhas para se pensar antes de sair em busca de soluções milagro sas e duvidosas. Como anda sua saúde? Está com o checkup em dia? O peso é consequência da sua saúde, então se você está

ganhando muitos quilos sem nenhum motivo aparente, precisa investigar! Precisa avaliar o funcionamento da sua tireoide, o estado do seu sono... seu nível de estresse. Tudo isso conta na balança, sabia? E também tem o lado comportamental, A forma como você come é tão importante quanto o que você come. Você presta atenção ao que está comendo? Sabe ouvir os sinais da s ua fome? Sabe a hora de parar de comer, ou seja, identificar quando seu corpo está saciado? Vou deixar na descrição alguns links de

artigos do meu site sobre Mindful Eating, que é uma excelente ferramenta para você que está precisando se reconectar com você mesmo! Por fim, fica a dica: não jogue dinheiro fora com remédios duvidosos. E não coloque sua saúde em risco! Procure o equilíbrio e, aos poucos, vai ver que comer não é um problema, e sim, um grande prazer nas nossas vidas. Bon appétit! Se você gostou desse vídeo, não se esqueça de se inscrever no meu canal! E ative também o "sininho" que está no canto direito da

tela. Assim, sempre que tiver vídeo novo, você será avisado! (Música) Português (Brasil)

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